A novela chegou ao fim. Dudu, livre do Cruzeiro após rescisão contratual, veste, em breve, a camisa do Atlético. A janela de transferências ainda o separa de entrar em campo, mas o atacante de 33 anos já é, para todos os efeitos, um jogador do Galo. Celebrada por este colunista em análises anteriores, a contratação de Dudu traz à tona a figura central de Cuca e a crescente responsabilidade que recai sobre seus ombros.
A “virada de casaca” de Dudu só se concretizou graças à influência direta do treinador. Cuca, com seu conhecido poder de persuasão, telefonou, conversou e articulou para trazer o atacante. Nada de surpreendente nesse modus operandi, mas é preciso reconhecer o impacto dessa ação: Cuca, ao “pedir” Dudu, assume um fardo maior. O sucesso do Galo, agora, depende ainda mais de suas decisões.
Muitas das peças que formarão o Atlético de 2025 foram escolhidas a dedo pelo treinador. Algumas apostas, como Júnior Santos, ainda não renderam o esperado, apesar do investimento considerável. Dudu, embora chegue sem custos de transferência, também carrega seus riscos. Ao ter seus pedidos atendidos, Cuca se compromete a fazer essa equipe funcionar. Um eventual fracasso será, inegavelmente, mais dele do que de qualquer outro.
Além da pressão imediata por resultados, paira sobre Cuca a sombra das suas passagens anteriores pelo clube. Em ambas as ocasiões, após conduzir o Galo a conquistas memoráveis, o treinador optou por deixar o projeto prematuramente. Agora, à frente de mais uma reformulação no elenco, a esperança da torcida é que Cuca não repita o padrão. Abandonar o barco após liderar essa revolução seria o pior dos cenários.
Torço para que Dudu brilhe com a camisa alvinegra e para que o “Galo de Cuca” versão 2025 conquiste seus objetivos. Se o sucesso vier, o treinador terá crédito de sobra. Mas se o projeto naufragar, a culpa também será, em grande medida, dele. Que ele esteja ciente do peso da responsabilidade que escolheu carregar.
Saudações Alvinegras.
