Goiânia – O Conselho Pleno da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) identificou a ocorrência de múltiplas violações às prerrogativas profissionais da advocacia, atribuídas ao delegado da Polícia Civil, Humberto Teófilo de Menezes Neto, que atua na Central Geral de Flagrantes de Goiânia.
Durante a sessão do conselho realizada na última segunda-feira (9/6), o presidente da OAB-GO, Rafael Lara Martins, decidiu, entre outras ações, solicitar à Secretaria da Segurança Pública (SSP) o afastamento do delegado da Central Geral de Flagrantes (CGF) de Goiânia.
Na mesma reunião, foram aprovadas, de forma unânime, notas de desagravo público em favor dos advogados envolvidos, em razão das recentes prisões de três profissionais, todas efetuadas pelo mesmo delegado. “Uma delegacia não é um palanque político, e a OAB-GO não permanecerá em silêncio frente aos abusos”, declarou Rafael Lara durante a sessão.
O presidente da OAB-GO destacou que uma das prisões, que envolveu os advogados Boadry Veloso Junior e Heylla Rose Campos Valadão Veloso, que estavam acompanhando alguns detidos, foi “tão arbitrária” que no dia seguinte o flagrante foi revogado, com o Ministério Público reconhecendo a improcedência das acusações.
Outra advogada, Taynara Divina Arruda Soares, também detida pelo mesmo delegado, relatou ter sido humilhada e exposta nas redes sociais. “Não se trata aqui de um ataque pessoal, mas sim da defesa das prerrogativas da advocacia diante de reiterados episódios de violação que visam unicamente à autopromoção”, ressaltou Lara. Além do pedido de afastamento do delegado junto à SSP, a OAB Goiás anunciou que realizará um ato de repúdio aos abusos, com data a ser confirmada, em frente à CGF de Goiânia, evento que contará com a presença do presidente do Conselho Federal da OAB.
Após tomar conhecimento das deliberações do Conselho Pleno, o delegado Humberto Teófilo publicou um vídeo em suas redes sociais, onde afirma estar sendo alvo de perseguição por ter prendido “pessoas ricas”. “Eu roubei? Não. Sou corrupto? Não. Prendi drogas, armei algum flagrante, bati ou ofendi alguém? Também não”, afirmou o policial. Em sua gravação, ele ainda desafia a OAB a realizar o protesto no dia em que estiver de plantão na Central Geral de Flagrantes. Até o momento, a Diretoria Geral da Polícia Civil e a SSP não se pronunciaram sobre a solicitação da OAB Goiás.
